A vida em um fio

QUEM ÉRAMOS
Ecléctica Ensemble nom foi umha banda, nem o é, nem o será.
Tudo começou com «exercícios criativos de voz numa aula de Lalim. O importante era improvisar (…)» sobretudo sobre o património musical tradicional. «Irreverência, atrevimento, provocaçom, supremacia estética, maquilhagem, sátira, encher a música tradicional de ironia e dar-lhe voltas até fartar-se», conta Ugia Pedreira.

Este nada ortodoxo grupo formou-se desde o Conservatório de Música Tradicional e folque de Lalim por iniciativa de Richard Rivera, Davide Salvado, Ramom Pinheiro e Ugia Pedreira aló polo ano 2000.
O nome devem-lho a Ecléptica Órbita, a mulher cantadora dos gaiteiros Os Rosales alcunhada Maruxa, e a Martázul, que transmutou o ‘p’ em ‘c’.

Estevo Creus lembra tê-los visto no 2003 no Pubis Pronovis: «eu estiven alí, aquel serán, facéndome pequenísimo no canto».
Percorrerom Galiza inteira durante quase um ano com o espectáculo Dillei de Carlos Blanco, umha comédia musical com posta em cena espectacular, projecções de vídeo, Dj —Nathan Carter— e ironias sobre a música tradicional como «canta xente fai play-back cando soa o himno galego?». Daquela «Ecléctica era o corazón, se latexar fose un pandeiro» —Luzia Aldao—.
Até o 2004 durou o ensamblamento, mesmo chegarom a Paris, a um concerto organizado pola Boule Noire quando o do Prestige. E, segundo Olga Nogueira, os de aló alucinarom: «Inda ben que non veu o cura de Saint-Germain-de-Près (galego de Chandrexa de Queixa) porque igual infartaba co número da masturbación aos ex-votos de cera.»

Ecléctica jogava com o público e com a sua natural improvisaçom cénica fazendo a este partícipe da alegria que produze O CANTAR.
Ecléctica vivia a música com espontaneidade e provocaçom e conseguia transmitir desde o cenário os ritmos galegos com força e delicadeza. Era um jeito mui particular de entender a música de raiz. Procurando a supremacia estética e a ironia, atoparom umha nova expressividade para a pandeireta.

Mas Ecléctica Ensemble já nom existe. «Muitos som os que pensam que se uma fórmula funciona deve-se explorar —as fórmulas para a química e a economia, o resto é Dadá—». Isso dizia Ugia e isso aconteceu.

«Sobre cadáveres medra nova semente. E assim deve ser.» —Martázul—